SURREAL

E o dia fez-se noite de repente...

Corujas agourentas, vigilantes

sondando pensamentos meus, cortantes...

E um gato cinza cruza minha mente...

Bramidos, mil grunhidos dardejantes

arranham-me os ouvidos brutalmente...

E instalam-se no cérebro demente...

E fazem cortes cérceos, penetrantes...

Adeja o negro abutre no horizonte...

E avista lá do céu de treze a vinte

pavões de abertas caudas, junto à fonte...

E ataca esses pavões em fero acinte...

Pavões em leques, meigos, tão insontes...

Roxeando o azul com sangue em vil requinte.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 13/01/2012
Reeditado em 13/01/2012
Código do texto: T3438321
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