Euforia (2)
Um dia amanheci tal passarinho
aos voos, a cantar por sobre as casas...
( “Euforia”, de Marco Aurélio Vieira)
Um dia eu despertei qual jacaré
à beira da lagoa tão formosa,
a bocejar, de forma preguiçosa,
por entre as folhas do cipó Imbé.
E, nessa calma, fui mais longe até,
a deslizar na areia, venturosa,
ouvindo, das araras, tanta prosa,
a olhar flores lilases de aguapé.
Assim fiquei, entregue à sonolência,
àquela doce paz, que ali reinava,
distante da balburdia dos turistas.
O sol no espelho d’água, em suas cristas,
eu, tão feliz, mandando tudo às favas,
sentindo, da beleza, a própria essência.
Brasília, 12 de Dezembro de 2012.
Livro: Poesia das Águas, pg. 43