O CÓRREGO
Do córrego ouço seu som de murmúrio,
Que ditoso tenta a minha absolvição,
Como fosse devolver-me em dó a razão,
A livrar culpas deste meu viver augúrio...,
...sem prazeres no cantar do isolamento.
Que me defenda esta água em batismo,
Onde me entrego ao pulsar do lirismo,
A escorrer na minha face tal momento...,
...sobre todas as formas desse não me amar.
Aqui em duplas correntes, a minha e a tua,
Eu ainda sofrendo, peço-a pra me ajudar...,
...Em penosas lágrimas na sua água nua;
Que serpenteando vai pro mar desaguar,
Meu puro regozijar que a ti insinua.