Ouvì, ó Senhora do Jardim
Jorge Linhaça
Senhora, onde vais assim formosa
Entre estas flores que aqui viscejam
Não vês que tua beleza invejam
O cravo, o jacinto e a rosa?
És entre todas a mais majestosa
Em vil ciúme todas já se pejam
Da graç'e encanto qu'em ti tão sobejam
Pois és a musa do verso e da prosa
Doce senhora, ouvi o meu canto
Pois teu encanto forjou os meus versos
Não te olho pois com olhos perversos
Mas sou pecador, quisera ser santo
Pra conhecer-te de todo os segredos
E nos meus braços livrar-te dos medos