O Bobo Trovador
Jorge Linhaça
Nos velhos tempos da Média Idade
o bobo era figura importante
das cortes belas, ácido cantante,
brincando podia dizer as verdades
Soltava versos, até destemidos:
Poeta louco! Sem papas na língua.
Ferinas falas, em troças contínuas
a invadir os mais nobres ouvidos.
De bobo o bobo não tinha era nada
poeta arguto, ator perspicáz
sabia de cor as coisas passadas
Soltava a verve de forma loquaz
Sua loucura, tudo disfarçava
mas era o bobo, esperto demais.
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Arandú,13 outubro de 2008