Renascimento

RENASCIMENTO

Sobeja o pranto na alma, inconteste,

Chovem as gotas de sangue afinal,

Apagam cinzas do meu carnaval;

Chora, ó alma, qu'a dor entristece.

Rufam tambores, requiém numa prece,

Morrem amores, fé cega afinal,

Espasmos desta minh'alma imortal,

Que d'agonia agora perece.

Sangra no peito este meu coração,

batizando o espírito indolente

oferta-o em singel'oblação

Pra fecundar, quem sabe, a semente

regar co' o pranto dessa emoção

de que minh'alm'agora se ressente.