O Leito de Procusto

O leito de Procusto
Jorge linhaça

Não hei de querer supliciar-vos
À vil infâmia de Procusto leito
À espera de que sejais perfeitos
E para tanto assim aleijar-vos

Longe de mim o serrar e esticar-vos
Pois eu ja trago em mim meus defeitos
Para deitar-se há sempre um jeito
Como há jeito de nos levantarmos

Se a coluna curvada ficar
Ao levantarmos basta o alongamento
E se cama for grande como um mar

Não há perigo de afogamento
Pra que serrar e pra que esticar
Se o que importa é o crescimento?