SOBRAS

Dos sonhos que sonhei, restaram nada

Lembranças carcomidas, esse suspiro

Na noite insone, dia, madrugada

Mil letras colorindo este papiro.

A foto amarelada na parede

Saudades que teceram lenitivo

A alma suspirando alguma sede

E o futuro em dolo, dedutivo.

Sobraram velhas cartas e promessas

Perdidas nalgum canto, sem sentido

Sem graça e sem valia ao já vencido.

Sobraram minhas lágrimas expressas

Em cada obituário em verso triste

Com face de um amor que subsiste.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 09/01/2012
Código do texto: T3430749