SOBRAS
Dos sonhos que sonhei, restaram nada
Lembranças carcomidas, esse suspiro
Na noite insone, dia, madrugada
Mil letras colorindo este papiro.
A foto amarelada na parede
Saudades que teceram lenitivo
A alma suspirando alguma sede
E o futuro em dolo, dedutivo.
Sobraram velhas cartas e promessas
Perdidas nalgum canto, sem sentido
Sem graça e sem valia ao já vencido.
Sobraram minhas lágrimas expressas
Em cada obituário em verso triste
Com face de um amor que subsiste.