Nada.

Nada a declarar diante da dor.
Nada a dizer nesse mar de pinóquios...
Ardidos, que desconectam à vida...
Eu me perdi num barco mais que embriagado...

E junto com Rimbaut me fiz um náufrago...
Neste eterno temporal de efemeridades...
Onde o elo perdido está dentro do coração...
A alma é pequena, e sim podemos navergar...

A joça toda é viver limitado pela morte...
E a sorte é estar morto, estando vivo...
viver é nada, e tudo é viver...

A realidade é fazer de tudo apenas uma utopia...
Sentir frio, ou sede, fome ou calafrio...nada é...
Senão uma fase milenar deste inóspito viver...
Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 09/01/2012
Código do texto: T3430073
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