Indigna de Louvor
O herege traz na fronte, e leva no peito, estampida
A devoção ao Imaculado, antes de sua fúnebre tocha
Para livrar-se dos infernos, que terá sua alma mocha
Por encarnada blasfemar, com sua língua destemida.
E nesse mundo imundo, em que o poder é favorável
A quem de fora da arena, sem pena, empalha o justo
E debocha de donzelas, e Madalenas a qualquer custo
Custará caro, a sua intenção, seu sentido deplorável.
E lá do Assento Etéreo, Deus, dos idólatras se esguia
Ri do riso de um ateu, um pobre incrédulo da heresia
E mantém os braços erguidos de um Cristo Redentor.
E como é fétido, o escárnio, desse pútrido canalha
Cuja a alma, envergonhada, sairá da sua mortalha
A implorar a Deus, perdão, sendo indigna de louvor.