Para ser tolerante
Jorge Linhaça
 
Há que querer se despir da armadura
Tirar o Elmo, rasgar a viseira
Quebrar a lança, romper ligaduras
O escudo baixar, vencer as barreiras
 
Preciso é vencer a cerviz tão dura
Entre as agruras erguer a bandeira
Tornar a alma outra vez mais pura
Tirar dos olhos a torpe cegueira
 
Rasgar as vestes do teu preconceito
Olhar com olhar bem mais tolerante
Não há quem seja, no mundo, perfeito
 
Mesmo o que julgas ser extravagante
E desafie teus próprios conceitos
Pode provar-se mais justo adiante
 
Salvador, 28 de janeiro de 2012