As Tábuas da Lei
Jorge Linhaça
Chamado por Deus foi Mosheh ao monte
Onde uma sneh em chamas se ardia
Mas eis que a sarça não se consumia
Era um anjo à Moisés defronte
Tira as sandálias e despe os teus pés
Pois este solo em que pisas é santo
E não se encha Tu'alma d'espanto
Pois o Senhor conheceu tua fé
Eis que o dedo de Deus escreveu
Sobre a rocha seus ensinamentos
Enquanto o povo a Moisés esqueceu
Juntaram ouro dos seus ornamentos
De um bezerro fizeram seu deus
E festejaram com seus paramentos
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Descendo Moisés do Monte Sinai
Já alertado por Deus do ocorrido
Ouviu de longe o grande alarido
Para Josué da guerra os ais
Ao ver seu povo entregue aos folguedos
Encheu-se a alma de Mosheh de ira
Quebrou as tábuas da lei que trazia
Caligrafia de D'us, de seus dedos
Levitas uniu em volta de si
Ao perguntar os que eram por Deus
Iniciou-se a purificação
Foram os mortos pra mais de três mil
Encheu-se o solo de sangue judeu
Formou-se a base de uma nação
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Mais uma vez ao Sinai foi chamado
A reproduzir as tábuas da lei
Quarenta dias e noites prostado
A entalhar os desejos do Rei
Foi esse tempo de jejum completo
Nada comeu ou bebeu nesses dias
Desceu o monte de luz recoberto
A graça de Deus seu rosto envolvia
Teve receio o povo Judeu
D'aproximar-se assim do profeta
Mas reuniu-os em torno de si
Sempre guiado pela voz de Deus
Ensinou a lei de forma completa
Como o decálogo até hoje diz
Salvador, 7 de janeiro de 2011