MAIOR QUE O TEMPO
Tão abstrato é o divagar do tempo
Que ao porvir saber, tão súbito se encerra
Vislumbrar de contentamento sua face eterna
Desfrutar de ti ao meu bel prazer intento
Desconcertante dissabor de ver passar
Velhas feições que outrora tão bela fizestes
Sufocam-me ao assistir meu ledo fulgor findar
Ao padecer no desaguar que a mim trouxestes
Já ao contentar saber-me que partiste
Saciado quero estar de amor, tenro acalento
É tão sublime que ao tempo maior, não viste?
Transcende fazer provar em ti extasiado alento
Enlevar de folgança ao encontrar-me de amor sedento
Momento que anseio ser sempre fiel, de amar a tempo.