MEU LAGO PROFUNDO

O que afoga meu coração,

É saber que no teu mundo,

Não há um raso da paixão,

Do que em mim é profundo.

Lago de sombria saudade,

Em que todo dia mergulho,

Vendo em leito as vontades,

A formar meros entulhos.

Não há diques, nem castores,

Não há beleza, nado em dores,

Afogo-me em pleno vazio.

Nas margens dos dissabores,

Não há brisas, barcos, armadores,

Dormente, morro em leito macio.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 07/01/2012
Reeditado em 08/01/2012
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