MEU LAGO PROFUNDO
O que afoga meu coração,
É saber que no teu mundo,
Não há um raso da paixão,
Do que em mim é profundo.
Lago de sombria saudade,
Em que todo dia mergulho,
Vendo em leito as vontades,
A formar meros entulhos.
Não há diques, nem castores,
Não há beleza, nado em dores,
Afogo-me em pleno vazio.
Nas margens dos dissabores,
Não há brisas, barcos, armadores,
Dormente, morro em leito macio.