"PRIMEIRO EU..."
Ninguém percebe ou valoriza o tempo que passa
Se o é sem graça, ou não tem motivação.
Ninguém tem preocupação e até se omite da culpa
Sendo ou não culta a ocupação que abraça.
Ninguém se desespera nem se mortifica,
E nem ao menos fica intrigado se nada aconteceu.
Ninguém, nem mesmo eu, se castra do lazer
Até por perceber que nada mais se edifica.
Ninguém, mesmo aquele que se emotiva,
Ficará de forma ativa às imposições externas
Pondo no chão as pernas a lhe levarem à frente.
Ninguém, mesmo que tente, se tornará um cristo,
E nisto eu insisto, por ser simplesmente humanitário,
Ou se tornará contrário para se viver dignamente.
(ARO. 1996)