Conduz-me e não me diz para onde... |
PROCURA
Odir Milanez
Vadeio o véu da noite. Ouço o vagido
de uma criança que tem fome e sede,
o rangido acordado de uma rede
que vai e vem, num samba sem sentido...
Sondo a sombra que sobra do esquecido
nos quadrantes dos cantos da parede,
maçando a madrugada: “Vede,
ó madrugada, o que há de mim perdido!”
Volto a ser vulto crente no desejo
de me encontrar no mundo do absorto,
onde somente a noite escura vejo...
Passo o passado. Penso nalgum porto,
vagueio vastidões, em meu voejo,
para ver se me encontro, vivo ou morto!
Que a madrugada não desapareça
enquanto eu não me veja ou não me esqueça!
JPessoa/PB
06.01.2012
oklima
Sou somente um escriba que escuta a voz do vento e o versa versos d'amor... |