Dor de um poeta


Quando a vida recolhe a liberdade
Põe leito de dores um seresteiro
É porque este tempo é traiçoeiro
Cobra preço bem alto sem piedade

Se castigo expiação talvez, repenso
Pois nós todos pagamos este preço
Seja o poeta guerreiro esta propenso
A sofrer todas dores do seu tempo

Quem fustiga a ferida que da alma
Poeta arredio versa cortando a fala
É a paixão pela vida que resvala

O peito amante o poeta é só versos
Deitado em seus últimos momentos
O céu chora ouvindo seu lamento