VERSO PERDIDO
Perdeu-se um verso clarividente,
vivido, conquanto real.
Saiu teleguiado, de presente,
ao destino certo, a usuária final.
Rejeitado, voou sibilante
como um bólido nos contornos
do éter amplo. Ao som clamante
das galáxias, parou ante seus adornos.
Não era verso de abaixar a cabeça.
Adentrado numa roupagem celeste,
mirou-se nas faces reluzentes do Criador.
Ascendeu numa nuvem espessa
e deixou-se ficar pelo amor de uma estrela.
Era mais que verso. Apoteose de amor.