SONETO DA EXTRAÇÃO

Não desistirei de você minha terra

É como se esquecer de mim

É amanhecer em fria e algemada guerra

Meu coração se despedaça pela traça do fim

A última taça no beijo enganoso

Fez-me provar do vinho risonho

Quando sorvia teu gozo

O gosto da morte era a peçonha do sonho

Qual verme rasteja

Sem eira nem beira na furtiva areia em vão

Ao santo com água benta pedia tua mão na igreja

Eis que agora provo do azedume

O cianureto cíclopico corre nas minhas veias... Arrebenta

Por dentro te extraio de mim agora tudo é negrume

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 05/01/2012
Reeditado em 05/01/2012
Código do texto: T3423254
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