PRIMEIRO DE JANEIRO

PRIMEIRO DE JANEIRO

O pipocar pirotécnico silencia.
É silêncio, a brasa se extingue na lareira;
com triste pio a coruja na cumeeira
a chegada de uma nova aurora anuncia.

Luas do ano velho no clarão derradeiro
Vagem ciumosas no seu hangar, de vigia.
Se a silenciosa noite, a medo, se arredia,
as aves proclamam o início de janeiro.

E esses pássaros, na fanfarra de um novo ano,
saúdam mares, os céus e o reinado do astro,
afugentando o presságio mau e o desengano.

Que seja continuação do antigo rastro;
que seja, embora, a túnica do mesmo pano,
a esperança sempre induz a um novo cadastro.


Afonso Martini - 030112



Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 04/01/2012
Reeditado em 04/01/2012
Código do texto: T3421564
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