NATUREZA MORTA

Sinto morrer em ti a seiva em sangue;

A floresta que chora na lâmina infame

Pelo verde mórbido do vasto mangue

Do desesperado solo que agora brame.

Finda em mim a utópica paciência

N’orvalho nas lágrimas da natureza.

Chagados fungos desta inconsciência

Extinguindo matas e as tuas riquezas.

Exterminadas onças no pesar d’ouro,

Vai-se, sujos e frios, rios de tesouros,

Carcaças flutuantes pelos contornos.

Os dentes da serra nas células-troncos,

O temor soando em teus agudos roncos

Agônicos gemidos no carvão atômico.

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Giovanni Pelluzzi

São João Del Rei, 03 de janeiro de 2012.

Giovanni Pelluzzi
Enviado por Giovanni Pelluzzi em 03/01/2012
Reeditado em 12/02/2014
Código do texto: T3419944
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