QUANDO O SONHO NÃO ERA SAUDADE
Deitado no colo de flor da brandura...
Colhendo estrelinhas no céu da leveza...
Beijando o desejo da afável pureza...
Despindo o prazer da mais casta candura...
Tranquei no porão do esquecido a tristura...
Lancei para mares do ausente a aspereza...
Suguei dos encantos de amor a nobreza...
Tornei minha vida perfeita pintura...
Mas esta pintura perdeu colorido...
O mimo do mundo, de mim, foi sorvido
na baça lembrança de ti, que me invade...
Os anjos cantavam por todo o caminho
do tempo em que estávamos juntos, pertinho...
E o sonho não era somente saudade...