ADEUS, AMIGUINHA...

ADEUS, AMIGUINHA...

Lembro-te pequena, brincavas no terreiro,
Linguiça de patas, miúda, inteligente;
Perninhas curtas; corpo alongado, entrementes,
Brincalhona, esperta, vivaz e galhofeira.

No alto dos seus catorze anos, sempre presente,
Mordiscando sapatos, corria faceira.
Não aturava pardais; não era meeira,
Partilhando, no entanto, a tigela, contente.

A amiguinha de estima, de só bons fluídos,
Morreu hoje – a Leia – e foi-lhe dado sepultura.
Corações tristes cantaram réquiem – doídos.

Em vida era a mansidão – uma formosura,
Latindo, declamava poemas não lidos.
Leia, à tua pura alminha, nossa ternura.
Afonso Martini - 010112
Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 01/01/2012
Reeditado em 02/01/2012
Código do texto: T3417540
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.