UM SONETO PARA MACHADO

Oh! Flor do céu! Oh! Flor cândida e pura! *

Que diria Bentinho, enciumado,

Vendo-me, indo a ti, desocupado,

A oferecer-te versos de ternura?

Mas não, Flor do céu... são para Machado!

São simples versos, versos com brandura;

- Este me confiou essa aventura!

- Aquele num convento confinado!

Eu vou à luta e vou catando versos,

Entre milhares, nobres e dispersos,

A este soneto sem que o tenha falha.

Quem verseja como eu – missão cumprida -

Prende-se à luta, mas esquece a vida,

Perde-se a vida, ganha-se a batalha! *

Obs: os versos (1º e 14º) são de Machado de Assis,

extraídos de Dom Casmurro que o autor deixou em aberto,

propositadamente, no seu romance e fruto de um concurso

literário, com este título, do qual eu participei em nível

nacional. Faz-se lembrar de Capitu e Bentinho. O objetivo

era completar os demais 12 (doze) versos, formando o soneto,

e sem fugir do contexto da Obra.

Roberto M Braga
Enviado por Roberto M Braga em 01/01/2012
Reeditado em 09/06/2013
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