UM SONETO PARA MACHADO
Oh! Flor do céu! Oh! Flor cândida e pura! *
Que diria Bentinho, enciumado,
Vendo-me, indo a ti, desocupado,
A oferecer-te versos de ternura?
Mas não, Flor do céu... são para Machado!
São simples versos, versos com brandura;
- Este me confiou essa aventura!
- Aquele num convento confinado!
Eu vou à luta e vou catando versos,
Entre milhares, nobres e dispersos,
A este soneto sem que o tenha falha.
Quem verseja como eu – missão cumprida -
Prende-se à luta, mas esquece a vida,
Perde-se a vida, ganha-se a batalha! *
Obs: os versos (1º e 14º) são de Machado de Assis,
extraídos de Dom Casmurro que o autor deixou em aberto,
propositadamente, no seu romance e fruto de um concurso
literário, com este título, do qual eu participei em nível
nacional. Faz-se lembrar de Capitu e Bentinho. O objetivo
era completar os demais 12 (doze) versos, formando o soneto,
e sem fugir do contexto da Obra.