As mãos passageiras
As mãos que cuidavam dos meus cachorrinhos
Não eram as mesmas mãos que tocavam flauta,
Mas eram mãos que choravam o chorinho
Dos passarinhos a cantar serenatas.
Eu queria ter tocado essas mãos
Que passaram e eu não vi.
Eram mãos que tocavam o meu coração
E que a guardá-las eu não me atrevi.
Então que tortura será essa de não ver
As mãos que passam a vida a te servir
E que quando você se dá conta delas elas já passaram?
São as mãos que quem dera eu um dia vou ter
Diante de mim a ouvir
O passado das coisas que tocaram.