Anseios da Alma
Trôpega te sentes oh alma solitária
Há quanto tempo te arrastas na dor
De perambular qual arcanjo solitário
Sobrevivendo na agonia do calvário
Desististes de buscar da vida a luz
Cobristes-te da ácida poeira pagã
Páginas amareladas de fel tingidas
A prenderem-te no escuro amanhã
Porque não soltas todas as amarras
Inúteis sentimentos onde esbarras
Para subtrair de ti sonhos e garra
Espelha-te no vôo livre das gaivotas
Mergulhe sem medo no azul oceano
Assim liberta serás dos desenganos.
(Ana Stoppa)