A NUVEM QUE ME PERSEGUE
Jorge Linhaça
09/05/2008
09/05/2008
Há uma nuvem que, só, me persegue
Embaralha-me os olhos já tão cansados.
Sem guarda-chuva, ela inda me segue,
me acompanha pra todos os lados
Sou o núcleo da sua tempestade,
Ando entre raios, enfrento trovões,
E nesta cena de surrealidade,
Ela m' encharca aos mil borbotões.
Poderia ser obra do acaso,
ocaso de minh'alma extenuada?
Nem sei dizer se é este o caso.
Nesse batismo eu sigo a jornada,
Meus olhos vivem, de lágrimas rasos,
à chuva unidas e eternizadas.