POESIA OU CISMA
Pressuposto silencioso me revela
Longe à tela, no final igual quebranto
Endosso pois, com minha pena, essa querela
Sem a rima fico longe em desencanto.
Sem espanto deixo às claras o meu ato
Desembarco desse grimpo em meu descaso
Deixo em branco o final que arremato
Não discuto nem permuto e fim de caso!
Baboseira não permito se é agito
Outra coisa não desejo ou admito
Seja inteira em poesia o verso eivado.
Do contrário, cunho o cisma, em separado
Irracional e venenoso o meu recado
Que ecoe, sem censura, ao infinito.