POESIA OU CISMA

Pressuposto silencioso me revela

Longe à tela, no final igual quebranto

Endosso pois, com minha pena, essa querela

Sem a rima fico longe em desencanto.

Sem espanto deixo às claras o meu ato

Desembarco desse grimpo em meu descaso

Deixo em branco o final que arremato

Não discuto nem permuto e fim de caso!

Baboseira não permito se é agito

Outra coisa não desejo ou admito

Seja inteira em poesia o verso eivado.

Do contrário, cunho o cisma, em separado

Irracional e venenoso o meu recado

Que ecoe, sem censura, ao infinito.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 31/12/2011
Código do texto: T3415309