INSTINTO

Os olhinhos cheios d’água clamam ao pai

“Comê... comê... papá...!” Uma criança

Faminta e com sede. Sem esperança

Pelas ruas, o pai, disposto a tudo sai.

Sofre ao ver o filhinho que chora

Vê-se num pai que lhe tem tanto amor

Exacerba o sofrer num brado de dor

E não poupa blasfêmias a um Deus que demora.

Portas fechadas e chances rompidas

Pensando no filho, em salvar sua vida

Numa reação instintiva, o abismo o tragou.

Agindo, quem sabe, como um homem vão

Em satisfazer o inocente, com um pedaço de pão

Por um pão, este pai, uma vida tirou.

HELDER C ROCHA
Enviado por HELDER C ROCHA em 31/12/2011
Reeditado em 12/12/2020
Código do texto: T3414897
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