Soneto nº 11
Revisto-me de belas peles
Máscaras por sobre meu olhar
Escondo o que me rasga a alma
Debruço-me em meus malquereres
A vida seria muito engraçada
Se trágico não fosse o final
Deparo-me com o inusitado
E não sei o que dizer afinal
Ah, meus amores fictícios
De onde me vem os meus ais
A realidade aparece, cobrando
O que o sonho me dá
Leva-me outra vez
Ao vale dos sonhos, deita-me
Em relvas macias, encanta-me
Sucumbo mais uma vez aos seus encantos
Deixo-me levar pela ilusão
Para fugir da dura realidade
Ali, é tudo verdadeiramente tão bom
Deixo-me ficar, adormeço...