AUTODECANTAÇÃO
Do tudo que pela vida me encanta
Das tecidas artes com os fios da alma!
O que mais por dentro me decanta
A me instigar a sensação mais alva...
Decerto que não é a nobre lama
De qualquer impureza tão atávica!
Nem tampouco a vil e pobre realeza
Das coroas corroídas pelas traças...
Do tudo que pela vida me encanta
Da benfazeja voz a decantar tantas desgraças!
Até este breve entorno que remansa
Refém alheio desse tempo que só passa...
Do tudo, o que mais por dentro me decanta
É o atavismo do amor que me ultrapassa.