O GUARDA CHUVA
Jorge Linhaça
 
Chovem lágrimas sobre o meu teclado,
cachoeiras de olhares tristonhos,
meu guarda-chuva eu abro e ponho
sob o monitor aqui ao meu lado.
 
São sentimentos que brotam em versos
dores sentidas em peitos latentes
lágrimas rubras de todas as gentes
rolando soltas por este universo
 
Na tela muda, deságuam os rios,
murmuram almas e vazam os olhos.
Dores sentidas ou mil desvarios.
 
Meu guarda chuva refuga os abrolhos
nos quais, ao longe, alguém se feriu,
e viu escorrer tristezas em molhos
 
Arandú, 4 de outubro de 2008
8:00