Fragmentos

À noite o silêncio me devora,

recordo o que fiz com mal trato.

Me sinto um homem sem tato,

uma dor, só me resta agora.

Esta cama fora outrora;

amor, fantasias, carinhos iguais.

Deita um corpo, não mais,

ao lado, um travesseiro chora.

Na parede, um retrato exposto,

sorridentes, colados dois rostos

envoltos por um cálice de flor.

No corredor a lâmpada empoeirada,

na varanda que a rede balançava

sorrisos, balança sonhos e dor.