SEMENTE... SOMENTE.

O que tem em mim de folhas mortas,

A brisa da saudade não sopra e deixa,

Redemoinho a girá-las diante da porta,

No coração desarrumado de queixas.

Ou mesmo se faz de vento frio na noite,

Que toca minhas árvores da lembrança,

Dilacerando a mente com seus açoites,

Na janela dos meus olhos, desesperança.

Não que eu grite, pois não mais importa,

As árvores não resistem, morrem tortas,

Vou plantando, em silêncio, sementes.

Não que eu chore, pois não mais sufoca,

Pois aquelas folhas vão e a brisa me volta,

Vou varrendo do peito, da porta, somente.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 24/12/2011
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