Platônico

Versejei delírios quando vi chorar

Delirei meus versos para lhe agradar

Destilei salivas pensando em te amar

Veneno-desejo a me embriagar

O insólito beijo soltado no ar

As mãos numa carícia sem nada a tocar

Calores, delícias, nefasto pensar,

revolve-me louco no afã de abraçar

Ridículo vicio o de imaginar

que esse alguém pensara

o que vivo a sonhar

Abstrato objeto e concreto tratar

move-me autômato,

patético, tragicômico...