Orbes Silentes

Busquei, por toda noite, um rumo exato

A cada sensação que, em mim, intensa,

Trazia da tua pele pro meu tato

As curvas com que finjo tua presença...

Deixei-me esvaecer em corpo e ato:

Falar teu nome ao ar, deixar suspensa

A forma da tua boca em meu palato

Assim, acidulante e cega - e densa!

Orbes silentes: olhos imergidos

No vendaval de sons que, aos meus ouvidos,

Segreda, ininterrupto, o teu nome...

Miram no vão da noite que termina

O brilho abrasador da tua retina

Em que minh'alma inteira se consome!

Gabriel Castela
Enviado por Gabriel Castela em 23/12/2011
Código do texto: T3403221
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