Fugidio
Eu te busquei no céu da noite escura,
pisando as mais cinéreas nuvens densas,
nos vãos das horas longas das descrenças,
levando, dentro em mim, tanta amargura;
e andei sob o luar de grande alvura,
pisei estrelas, lá no céu, suspensas,
sentindo angústia e dor, das mais extensas,
buscando o teu fulgor, amor, ternura.
Perambulei nos vãos da triste aurora,
nos lacrimosos céus de chuvas frias,
o coração repleto de esperanças.
Mas tu, ao fim do cosmos tu te lanças,
com tua vida e alma fugidias,
e sempre assim, de mim, te vais embora.
Brasília, 22 de Dezembro de 2011.
Seivas d'alma, página 32