Gosto de sal
Me deixaste e eu fiquei quase maluco!...
Do meu olhar fugiu a luz e todo brilho.
Um trem que descarrila sem ter trilho,
Fruto que se espreme e não dá suco.
Navega em meus sonhos o que me cega!...
Tendo partos de dor em dor, sem parteira.
Flores murchas são eternas companheiras,
Da minh'alma árida, seca, então não rega.
A luz do sol se espreguiçando no horizonte,
Lágrimas tem gosto de sal no rosto pálido,
Água escorrendo de dentro da minha fonte.
Sublimes anjos e querubins vindos do céu,
Me levam até seu colo suave, terno e cálido!
Sou zangão e sou abelha num favo de mel.