O SOLITÁRIO

Observa, pelo espelho, o aspecto triste...

Aos talhos das navalhas das carências,

acostumou-se a, sob o medo em riste,

comer, da solidão, féleas essências.

E no desfile lento a que ele assiste

das próprias perdas, nulas experiências,

dos restos seus, das dores, ais, desiste

e entrega a força às águas de dolências...

E amarga seu destino temerário,

perdido, desprovido de algum nexo,

na ardência das angústias abrasivas...

Na fuga, afã de um gozo solitário,

expele, então, sementes do seu sexo

no estéril chão das suas perspectivas.