AQUÁRIO
Ora, admirava aquela foto exposta
No porta-retrato de uma lembrança
Teu semblante singular e d’esperança
Sorria aos meus olhos, tão recomposta.
Lembranças vivas d’uma chama acesa,
Num quarto escuro e tão solitário,
Espremido peixe em triste aquário
Embelezando liquidez indefesa.
Clareiam a manhã, serpentinas ao sol,
Estilhaços de vidros, vazada vida
Caída ao chão, debate-se em agonia.
Dia morto pelo triste aço do anzol,
Exibido nas lágrimas d’um olhar
Inerte, extinto e n’água afogado.
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Giovanni Pelluzzi
São João Del Rei, 17 de dezembro de 2011.