EFÍGIE
No espelho vejo o semblante caído
Distante da efígie nítida esplendorosa
Reflete a imagem do pagão sofrido
Que oferta no altar sagrado, rosa
A face singela, gélida, empalidecida
Emoldurada diante do reflexo impreciso
Tem feição de uma moça agradecida
Contemplação elusiva com gesto indeciso
Austero tempo enclausurou a formosura
Dos traços ingênuos esboçados a mão
O rosto belo, amável, feito pintura
Almeja, vida, cores, beleza, fantasia
Anunciados no corpo e no rosto são
Renascer o ardor, a paixão em demasia
16/12/2011
Keu Seixas
5° soneto