"DÚVIDA CRUEL"

E aquele corpo com sua alma cansada

Num consenso unitário de uma mente vadia

Que em desejos mórbidos tal uma agonia

Agiliza a morte como fim da jornada.

Travou-se uma luta sem ‘rounds’ nem limites

Em agressões silenciosas de batalhas simultâneas.

O corpo ainda em pé, em defesas momentâneas,

Pede à alma convencida a que não se precipite.

Convencimento à parte, ensaia-se a partida

Que leva o corpo à coma sem forças, e se segue o corte.

Mistérios de uma razão que tudo muda em vida.

E assim se estabelece sem critérios a morte

Que agasalha o corpo a terra em despedida,

E liberta a alma ao céu, ou à própria sorte.

(ARO. 1997)

Profaro
Enviado por Profaro em 14/12/2011
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