CENSURA LIVRE [CCCIX]
Não te censuro as curvas e meneios,
quando me vens ficar total desnuda,
que ainda pétrea tal e qual um Buda
eu já te amei foi por diversos meios.
No tatear-te o corpo e mais recheios,
arfa meu peito, num deus-nos-acuda;
assim, do olhar sai lume, e todo muda
o meu modo de ser, ao ler-te os seios.
Em ternos toques, zunem calafrios,
desejos que se afogam nos teus brios
do púbis, e das coxas, e das ancas.
Do musical vaivém das nossas ânsias,
enfim, é que se explodem reentrâncias
vulcânicas de ti, nas zonas francas!
Fort., 13/12/2011.