SE NÃO EXISTISSE O AMOR
O que faria se não existisse mais o amor?
Inventaria no meu peito uma nova dor,
Que justificasse esse meu olhar perdido,
Para emprestar ao meu coração ferido.
Tal qual alguém que enxuga singelo pingo,
Do rolar das entranhas da alma inundada,
Mostrando-lhe um novo sentimento finjo,
Nova esperança a preencher de mim o nada.
Dando-lhe novo nome menos cruel e puro,
Com claras rimas do mesmo tom de ardor,
De quem senta e chora ao recostar no muro.
Com um significado que de mim transcenderia,
Qual senso, sexo, sentido sem qualquer pudor,
Sabendo que, apesar de novo, à dor me renderia.