+ A fome de Tântalo+

No sentimento sem fim desde o início

Duma alegria vã, se eu não me arrisco

Numa tristeza tal, que correria o risco

Em morrer sem viver neste interstício

E desta fome de Tântalo, meu suplício

Daquele pedaço do corpo qual masco

Para a minha carnéia, viver tanto asco

E morrer todas as noites ao equinócio

Em toda palavra, um verbo promíscuo

Nasce toda a ação do meu ente iníquo

Deus! Então qual seria outro artifício?

Livrai-me dessa penúria nesse elóquio

Fazei nova escritura de outro colóquio

Trazei para os meus dias novo solstício...

Valdívio Correia Junior, 12/12/11

Juninho Correia
Enviado por Juninho Correia em 12/12/2011
Reeditado em 10/08/2024
Código do texto: T3385582
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