+ A fome de Tântalo+
No sentimento sem fim desde o início
Duma alegria vã, se eu não me arrisco
Numa tristeza tal, que correria o risco
Em morrer sem viver neste interstício
E desta fome de Tântalo, meu suplício
Daquele pedaço do corpo qual masco
Para a minha carnéia, viver tanto asco
E morrer todas as noites ao equinócio
Em toda palavra, um verbo promíscuo
Nasce toda a ação do meu ente iníquo
Deus! Então qual seria outro artifício?
Livrai-me dessa penúria nesse elóquio
Fazei nova escritura de outro colóquio
Trazei para os meus dias novo solstício...
Valdívio Correia Junior, 12/12/11