PARAÍSO (Marco Aurelio Vieira) / A MUDANÇA (Ely Cabral)
E de repente, o mundo inteiro rebrilhou...
As desavenças se pintaram de branduras...
Brotaram doces do revólver que atirou
delicadezas pelos páramos de alvuras...
Um belo pássaro encantado de ternuras
semeou, nas almas, coloridos e cantou
as melodias divinais às criaturas
que de leveza o Deus supremo decorou...
E ocultas culpas e remorsos se extinguiram...
Banhados foram, de perdões, os que traíram...
E ergui a paz no paraíso que proclamo...
Eu bem me lembro, vi o sol, feliz, sorrir...
Pararam brisas sobre as flores para ouvir
quando emanaste dos teus lábios: “Eu te amo”!
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Obrigado, poeta Ely Cabral, pela gentil, bela e honrosa interação:
A MUDANÇA
Tal foi o dia em que tudo aconteceu:
A minha vida até então de desenganos
Mudou de forma, cores, tons... E novos planos,
trouxeram a mim até a crença em um Deus...
E eu fiquei tão sem sentido, sem muletas.
Sem ser por mim, escravizado por dois braços
e aos soluços, em carinhos e afagos...
Sem perceber, estava eu, em suas presas...
Tão displicente, arrancou as minhas chagas
e me privou, tão seu pudor, das agonias...
E preencheu, sem eu pedir, meus tristes dias...
O que não cega, não se chama de paixão,
por Santo Cristo, eu não vou pedir perdão! -
Por me entregar demais - por minhas lágrimas...