NATUREZA

(Reescrito)

Não venha me tomar, essa tristeza,

Que dela já fiz as malas, despachei

Não venha o tempo a cobrar-me o que não sei,

Pois, que dele vi somente a beleza.

De ter sabido só o que nele precisei

Como brincar com a minha incerteza

Deixando nele lançada essa pureza

Do coração que eu sempre carreguei.

Não quero tristes, os versos postos nessa mesa,

Se neles ponho as vitórias que sonhei

E dessa vida, me é, o verso a sobremesa.

Que adoça a alma e apaga o que passei

Como presente que me deu a natureza,

De tirar cura do veneno que guardei.