V I S I T A
V I S I T A
Quando seus passos vêm subindo a escada,
por ser visita certa e costumeira,
ponho a poltrona perto da lareira
e deixo a porta apenas encostada.
Sempre pontual, constante e companheira,
vem me falar da vida já passada,
do tempo em que a ilusão era uma fada
que transformava a vida em brincadeira!
Às vezes é gentil e se faz boa...
Às vezes, rude, o peito me magoa,
às vezes me faz bem, às vezes não...
Mas a recebo sempre de bom grado
e ao despedir-se digo conformado:
- Sejas bem vinda sempre, Solidão!