Soneto da Nova História



Reabro nas minhas mãos uma antiga vontade
de atar verso, um sobre o outro, resgatando
meus enredos de amor, eis que, na verdade,
sempre quis saber se me perdi amando.

Denuncia um verso aquelas que, sem piedade,
partiram meu coração; outro, louvando
a alma feminina, lembra a habilidade
das que, com doçura, o foram consertando...

Seja a paixão meu incendiável combustível,
se tudo está em tão boa e lírica memória,
que fogo-razão a fará consumível?

E se os versos concluem não ter sido inglória
tal saga sentimental, é bem possível
que este poema pressinta uma nova história...


Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 10/12/2011
Reeditado em 10/12/2011
Código do texto: T3382071
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