SONHOS TANTOS
Marcos Loures
Diante dos altares sonhos tantos
E neles desvendando cada engano,
O quanto se fez duro em pleno dano
Somando os mais diversos desencantos
Os tempos modificam todo plano
E tecem com terror nefastos mantos,
E posso garantir em meus quebrantos
Inútil conhecer o ser humano.
Assim mesquinhos dias são freqüentes
E mesmo quando aqui tu já te ausentes
O teu perfume toma todo o quarto,
Porquanto poderia ser liberto,
Mas quanto mais o sonho enfim deserto,
De ti já não consigo nem me aparto.
Artesão dos sonhos
Edir Pina de Barros
Se em cada sonho habita um desengano,
uma perfídia, dor ou desencanto
que forja dentro em nós o amargo pranto
e escava a nossa face, soberano,
em meio a um vendaval sem fim, tirano,
que esgarça, desses sonhos, frágil manto
de etéreos e doirados fios do encanto
quebrado, dia a dia, ano a ano...
Se mesmo assim - desfeitos tantos sonhos –
tu sentes pelo quarto e em toda parte,
minha presença em forma de perfume,
ou outros modos, mesmo os mais bisonhos,
quiçá em ti detenhas rara arte
de recompor, dos sonhos, todo o lume.
Marcos Loures
Diante dos altares sonhos tantos
E neles desvendando cada engano,
O quanto se fez duro em pleno dano
Somando os mais diversos desencantos
Os tempos modificam todo plano
E tecem com terror nefastos mantos,
E posso garantir em meus quebrantos
Inútil conhecer o ser humano.
Assim mesquinhos dias são freqüentes
E mesmo quando aqui tu já te ausentes
O teu perfume toma todo o quarto,
Porquanto poderia ser liberto,
Mas quanto mais o sonho enfim deserto,
De ti já não consigo nem me aparto.
Artesão dos sonhos
Edir Pina de Barros
Se em cada sonho habita um desengano,
uma perfídia, dor ou desencanto
que forja dentro em nós o amargo pranto
e escava a nossa face, soberano,
em meio a um vendaval sem fim, tirano,
que esgarça, desses sonhos, frágil manto
de etéreos e doirados fios do encanto
quebrado, dia a dia, ano a ano...
Se mesmo assim - desfeitos tantos sonhos –
tu sentes pelo quarto e em toda parte,
minha presença em forma de perfume,
ou outros modos, mesmo os mais bisonhos,
quiçá em ti detenhas rara arte
de recompor, dos sonhos, todo o lume.